Se você se interessa por alguém e não demonstra, você já está jogando. Se essa pessoa tiver a iniciativa de ir até você, e começar uma conversa, ela vai saber que está entrando no seu jogo. E assim, começam as dissimulações e as falsas impressões compartilhadas com a intenção de criar a imagem ideal do que a outra pessoa procura.
Não
haveria nada de errado nisso, afinal, todo mundo sabe que é assim mesmo que as
coisas acontecem, não há ingênuos nesse jogo.
A
questão, que parece fora de contexto, é compreender com que razão as pessoas
querem depois cobrar envolvimento, entrega e um significado profundo para o que
estão vivendo. E ainda se acham dignas de sentimentos reais e altruístas, tais como:
sinceridade, fidelidade, respeito, consideração, e por aí vai... Isso sim, é
tolice e ingenuidade.
Onde
existem dissimulações e jogos de interesse, não prevalecem regras de conduta,
nem resquícios de caráter, nem nada parecido. Só existe o desejo, cego, ávido e
momentâneo; E a manipulação, forjada, para se ter e conseguir o que se quer, na
hora e da maneira que se quer. E se você cai nessa, desculpe lhe trazer as más
notícias, mas você não é vítima de nada, nem nunca foi. Então, não se iluda
querendo culpar alguém pelos seus erros. Ninguém te enrola ou te engana sem a
sua permissão ou seu consentimento. E não existe lei ou carma divino para isso.
Não adianta querer reclamar seus direitos, ou arquitetar vinganças para curar o
seu ego ferido. Você perdeu e isso é tudo. Aceite. Aprenda. Tire algum proveito
disso.
Se
você começa uma aventura baseada em um joguinho típico de conquista, baseado
única e exclusivamente em interesses e aparências, é meio óbvio que isso não
vai longe. E se tiver alguma sobrevida, é ainda mais previsível que será algo
superficial, cada vez mais vazio de sentido e que no final, você terminará se
perguntando: "Onde eu estava com a cabeça quando achei que isso poderia
dar certo?"
Mas
pior do que não dar certo, é você fechar os olhos, e não aprender a lição. É
repetir como um mantra ensaiado da estupidez que: "não era pra
ser...", ou que "a vida é assim mesmo..."- é olhar para os
acontecimentos com uma conformidade ignorante, de quem foge das suas próprias
responsabilidades, e finge não saber o que aconteceu. Mas você sabe. Você sabe
perfeitamente onde erra. Você sabe o quanto é mais fácil culpar sempre os
outros pelos seus erros. Você sabe que negociar sua confiança e seu amor
próprio em troca de alguma emoção breve e passageira nunca acaba bem. E você
sabe que no fundo, sofrer contra a sua vontade, não é o tipo de dor que te
trará nenhum prazer.
Ah,
mas você é forte. Mas também precisa ser inteligente. Ah, mas você não se
apega. E nem precisa, nesses casos não daria nem tempo. Você já deve ter lido
em algum lugar que a gente só atrai aquilo que transmite. Bem, suas decepções
estão aí, e não me deixam mentir: Está mais do que na hora de você começar a
demonstrar de uma forma mais clara e decidida, tudo o que quer e deseja
encontrar por aí.
Quer
ser feliz e encontrar alguém que preste ou que não te faça perder
tempo? Comece sendo alguém de verdade, real, espontâneo. Não decore suas
falas, não invente um personagem só para impressionar. Comece olhando fundo nos
olhos da felicidade. Comece sorrindo pra quem você gostaria de conhecer um
pouco mais. Quer fazer charme? Tenha certeza do que você procura. Deixe isso
claro, sem insinuações ou promessas de campanha. Jogue limpo. Ou, melhor ainda,
não jogue. Depois que todo mundo já conhece as regras do jogo, não há mais
nenhuma vantagem em saber como ele funciona.
Você
não é autêntico fazendo apenas o que os outros já fazem. Você não se destaca ou
chama mais a atenção querendo fazer tudo para mostrar que é diferente. Você é o
que você é. Isso basta. E quem gostar de você, vai preferir saber quem é essa
pessoa. Pode apostar nisso.
Quem
quiser sinceridade, vai valorizar sinceridade. Quem tiver atitudes, vai
reconhecer atitudes. Quem estiver em sintonia com você, vai estar na mesma freqüência
que a sua. E assim, as coisas vão seguir o seu curso, de uma forma natural, e
nada complicada. Porque o que é "para dar certo"; o que é "para
ser", só acontece de fato, quando a gente tem certeza do que está
procurando, e quando, antes de algo ou alguém vir a ser alguma coisa para nós,
a gente mesmo é.
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