sábado, 8 de novembro de 2014

ATÉ AQUI, TUDO CERTO...






   
O teu amor é a paz que acalenta o meu sono. É a inspiração que me faz adormecer e acordar todos os dias, imaginando todas as possibilidades que estão lá fora, nos esperando. Sorrindo, como um convite para todas as viagens e circunstâncias do acaso, que irão esbarrar conosco numa próxima esquina. Elas estarão disfarçadas de coincidências, mas nós saberemos reconhecê-las pela sua verdadeira face. Nós entenderemos que não se trata de convencer ninguém de nada, mas sim, de reconhecer o nosso próprio destino. 

            Toda a calma do mundo se reflete agora em teus olhos. Quando por um momento, tudo parece mais difícil e complicado, e todas as nossas forças se esgotam na tentativa de superar nossos limites. Eu me refugio na tua serenidade, para entender que o pouso da minha alma só encontra conforto quando me aninho e sou envolto pelo alívio instantâneo dos teus braços.
E adormeço em teu colo, trocando momentaneamente de lugar com você. Que agora é meu porto seguro e o lugar para onde sempre desejo voltar. É a sua vez de me cuidar e me fazer sentir que nada nesse mundo poderá ficar entre a gente.

             Eu passei muito tempo, me convencendo de que tudo acontece quando tem que acontecer, que não se pode desperdiçar a paciência, negociando o próprio equilíbrio em troca de afirmação. Há um universo de coisas que não valem a nossa angústia. A única coisa que me inquieta agora nesse mundo são os segundos que se recusam a passar, quando estamos já tão próximos de realinhar nossas existências. Em um mundo de pessoas rasas, encontrar um significado profundo parece um desafio maior do que provar que podemos dar certo. 

            Tudo se resume a uma palavra: confiança. É ela que nos leva adiante, que determina a medida do nosso alcance, e o quanto as nossas afinidades vão relevar as nossas diferenças.  
            É uma busca incessante pela eternidade. Atravessar labirintos de caminhos duvidosos, percorrer rotinas de dias lastimáveis. Ver sentido nas coisas mais simples, é um segredo que poucos reconhecem e sabem usar a seu favor.
            É como se estivéssemos ligados por uma linha invisível que nos aproxima de quem está enfrentando as mesmas batalhas que nós. E existe alguma coisa que nos faz acreditar que iremos prevalecer, que permaneceremos juntos pelo tempo que for necessário. Pelo infinito que parece durar mais do que uma estação contingente e mais longa do que o normal. E não há nada que nos faça hesitar, quando sabemos para onde desejamos ir. 
            Impossível prever onde termina essa estrada. Não há horizonte indicando a chegada, nem qual a parada mais próxima para abastecermos e descansarmos nossos olhos. Vamos então renovando as nossas energias, brindando às nossas incoerências. Escutando o som de alguma frequência desconhecida, que sintonizamos a alguns minutos no rádio, e brincando de adivinhar o futuro.

Qual será o nosso próximo destino, de acordo com a próxima música: Se for uma balada romântica, iremos para o Norte, se for um clássico do Rock, iremos para o Sul. A expectativa do nosso futuro é simples, e se resume a manter nossas escolhas simples, e sob o controle das nossas intenções.

            Enquanto dividimos nossos sonhos, e sorrimos para estranhos na rua, bebemos nossa solidão em um gole, e abraçamos as ilusões sem culpa.
Entre um beijo e outro, nossos desejos não nos consomem, ainda assim seguem mais fortes do que nós. Isso nos mantêm unidos- mas não é o que nos faz mais fortes.
 Há um silêncio do qual somos cúmplices. Como um momento onde não cabem palavras. Nossos olhares se encontram por um segundo, e até as nossas contradições parecem ganhar algum significado. Todos os medos desaparecem como que, por mágica, e tudo o que vivemos até o presente, não é nada, perto do que ainda nos espera.

            Escolhemos assim a sorte da nossa próxima parada. O futuro é um lugar que ainda não conhecemos. Mas sabemos que o destino é estarmos juntos, isso é tudo que importa nesse momento. No rádio inicia uma canção conhecida. Sabemos agora para onde estamos indo. E sabemos, acima de tudo, que não importa qual for a música, nós sempre estaremos em sintonia com os motivos que nos fizeram chegar até aqui.









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